O documentário Privacidade Hackeada (The Great Hack) lançado pela Netflix em julho último reavivou o debate sobre o poder de manipulação dos algoritmos das grandes plataformas de comunicação, especialmente do Facebook, nas campanhas eleitorais. O título em inglês do documentário, The Great Hack, expressa melhor seu conteúdo: o grande ataque à democracia causado pela manipulação sub-reptícia das massas nos processos eleitorais via redes digitais. A questão da privacidade, que consta do título em português, está obviamente implicada no problema, pois tudo começa com a violação dos dados pessoais dos usuários das redes sociais, o que aponta para vários outros riscos, como já analisei neste post aqui. Mas o perigo para o qual o filme aponta está, como se diz, uma oitava acima: se a sociedade não conseguir impedir o uso dessas táticas eleitorais obscuras, é o totalitarismo que vemos despontar no horizonte como uma perspectiva concreta e assustadora em pleno século XXI.

O impacto das fake news em campanhas políticas representa um sério risco para a democracia. Não só porque a desinformação tem garantido mundo afora a vitória de candidatos e propostas políticas extremistas – como Trump, Brexit e Bolsonaro –, mas também porque os próprios valores caros à democracia, como a defesa dos direitos humanos por exemplo, vêm sendo atacados com estratégias sofisticadas de comunicação que distorcem dados e fatos, quando não simplesmente espalham mentiras para manipular a opinião pública. Com essa discussão de fundo, a  Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DPAA) da Fundação Getúlio Vargas promoveu no dia 16 de julho o Seminário Comunicação, Política e Democracia com a presença ilustre do professor e pesquisador espanhol Manuel Castells.

Em meio à tensão na política nacional provocada pela publicação pelo The Intercept Brasil de mensagens vazadas relativas à operação Lava Jato, vale a pena ver ou rever o premiado documentário Citizenfour, de Laura Poitras, que conta a história de Edward Snowden e a revelação da espionagem da National Security Agency (NSA).

Uma plataforma de streaming aberta e colaborativa: esta é a proposta da Libreflix que reúne produções audiovisuais independentes e de livre exibição que façam pensar. Criada como uma alternativa aos serviços pagos de streaming, a plataforma pretende também apoiar produções locais e fomentar a cultura livre.

A prisão de Julian Assange representa um grande golpe no jornalismo e na liberdade de expressão e um ataque ao direito dos cidadãos à transparência de informações de interesse público. Graças ao Wikileaks, entre outras coisas, o mundo todo ficou sabendo dos crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão, que de outra forma permaneceriam ocultos. E só a mobilização dos cidadãos poderá libertá-lo.

Existe agora uma maneira prática de se inteirar sobre temas complexos relacionados às tecnologias digitais, como a importância da proteção de dados, o funcionamento de sistemas algorítmicos e o alcance da vigilância eletrônica: o podcast Tecnopolítica, coordenado e apresentado pelo professor da Universidade Federal do ABC Sergio Amadeu.

É notório que recentes campanhas políticas em vários países do mundo, como na eleição de Trump nos Estados Unidos e na vitória do Brexit na Inglaterra, foram marcadas por usos escusos e obscuros das redes sociais, em especial do Facebook. Por conta disso, e com vistas às próximas eleições europeias, a Mozilla Foundation publicou uma carta aberta ao Facebook, na qual pede que se dê maior transparência aos dados dos anúncios de campanhas políticas nessa plataforma. Leia abaixo a carta traduzida para o português por Thiago Novaes.

O documentário Driblando a Democracia mostra em detalhes as estratégias de uso das redes sociais, em especial o Facebook, para espalhar fake news de forma direcionada pela Cambridge Analytica durante a campanha que levou Donald Trump à presidência dos EUA. Uma das figuras chave da operação foi Steve Bannon, que depois apareceu ao lado de Eduardo Bolsonaro, ainda antes da campanha eleitoral no Brasil. Até que ponto as estratégias usadas lá serviram de modelo para o que foi implementado aqui, talvez nunca saberemos.

Com o tema “Laboratórios, hackerspaces e outros espaços de comunidades locais”, a mesa 3 do 1º Encontro Online de Cultura Livre do Sul, realizada em 22 de novembro de 2018, procurou abordar as características, potencialidades, limites e desafios desses espaços comunitários no chamado Sul global. Mediada por Daniel Cotillas, do coletivo Nodo Común, e Bia Martins, deste Em Rede, a mesa teve como convidados Esaú Acosta, da Civics y Mares (Espanha), Sol e Candy, do HackLab Feminista La Chinampa e Insubordinadas (México); Karina Menezes, do Raul Hacker Club (Brasil); Carlos Diego, da Baia Hacker, (Brasil); Inés, do espaço hackfeminista La Bekka; coletivo do Barracón Digital (Honduras). Leia a relatoria na íntegra.

Para os próximos anos, nos comprometemos a seguir os esforços de tornar a cultura livre um movimento que, além de lutar por tecnologias, produtos e práticas culturais não proprietárias, também batalhe pela redução da desigualdade social de nossos continentes a partir do ativismo pela liberdade do conhecimento em prol de comunidades mais justas, autônomas, igualitárias, respeitosas e livres.

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