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O quanto seu consumo estimula o trabalho precário?

Taí uma pergunta incômoda. De modo geral, condenamos a crescente precariedade do trabalho, mas é mais difícil pararmos para avaliar o quanto nossos hábitos de consumo podem estar contribuindo para o fortalecimento do modelo das corporações de plataforma que praticamente não garante nenhum direito trabalhista e deixa todos os custos da operação e a cobertura de riscos por conta do trabalhador.

Gig Economy: a glamorização do trabalho precário

Para muitas pessoas a Gig Economy significa flexibilidade e autonomia, para outras precarização e insegurança. Avanço ou retrocesso, o fato é que a Economia dos Bicos, caracterizada pela oferta de serviços através de plataformas digitais, não para de crescer. Diariamente uma multidão de pessoas participa de uma grande disputa digital pelo próximo trabalho informal. Por outro lado, muitas são as pessoas que tem tentado mostrar que a autonomia traz ainda mais força quando vem acompanhada de interdependência. Coletivos como Enspiral e Coliga, que decidiram compartilhar suas redes e recursos em benefício do grupo são bons exemplos disso. 

Economia do Compartilhamento x Cooperativismo de Plataforma

Uber e Airbnb são grandes exemplos de como os valores da colaboração e do compartilhamento estão aos poucos prevalecendo na economia, certo? Não, errado, muito pelo contrário. As duas empresas representam na verdade a grande habilidade que o capitalismo tem de se reinventar e de conseguir incorporar a “simbologia” de algo novo e disruptivo para manter as coisas exatamente como são. Ou ainda piorá-las.

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